Como avaliar o processamento de grão da silagem de milho

Como avaliar o processamento de grão da silagem de milho Avaliação do processo de grão na silagem de milho

A maioria dos produtores de leite e carne, e prestadores de serviços de colheita já ouviram falar da importância que a silagem adequadamente processada pode significar para a rentabilidade da atividade. Mas nós realmente sabemos avaliar o processamento de grãos na silagem de milho?

O momento mais adequado para avaliar o processamento de grãos é durante colheita, quando os ajustes na colhedora podem e devem ser feitos em acordo com o operador e o responsável pela ensilagem.

Uma forma prática de monitoramento do processamento de grãos para silagem de planta inteira de milho é a utilização de um copo com volume de 01 litro. Devem ser tomadas amostras a cada 4 ou 5 cargas, espalhadas sobre uma superfície plana (lado preto da lona) e separados todos os grãos inteiros ou  maiores que uma metade. O ideal é que não se tenha mais quatro grãos inteiros ou metades.

A maneira ainda mais precisa de se quantificar o efetivo o processamento de grãos na silagem de milho é por meio da determinação, em laboratório, do índice de KPS (Kernel Processing Score). Por meio de um conjunto vibratório de peneiras são considerados processados os pedaços de grãos que passam na malha de 4,75 mm, que corresponderia a quebra do grão no mínimo em quatro partes. O valor encontrado permite classificar o processamento em três faixas:

Processamento

Valor de KPS

Excelente

Maior que 70 %

Bom

50 a 69 %

Ruim

Menor que 50%

 

A coleta e preparo da amostra para o envio ao laboratório de análise é fundamental para a garantia do resultado e, por isso, deve ser orientada por um técnico. Toda a equipe comercial e técnica da Nogueira Máquinas está apta para auxiliar nesse procedimento.

O resultado de uma análise de KPS será um bom indicativo do desempenho produtivo dos animais durante todo o período de fornecimento daquela silagem. Na figura a seguir vemos a relação entre o índice KPS e a quantidade de amido nas fezes (FS). Trabalhos de pesquisa demonstram que a redução do amido nas fezes (menos grãos de milho na bosta) resultam em maior eficiência de utilização da energia da dieta pelo animal e, consequentemente, maiores produções de carne e leite. Traduzindo em valores, se com o processamento adequado dos grãos de milho da silagem o teor de amido nas fezes for reduzido de 5% para 1,5% teremos um ganho energético para a produção de quase 1,2 litros de leite a mais por vaca/dia, para a mesma silagem de milho.

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Figura: Proporção de amido nas fezes (FS) de acordo com o grau de processamento dos grãos da na silagem de milho (KPS).

Fonte: Adaptado de Ferrareto (2018).

 

Embora a colheita ainda seja o momento mais crítico para impactar o KPS, também sabemos que o KPS melhora com o tempo devido à fermentação no silo. Pesquisas indicam que pode ocorrer aumento de 8 a 12 pontos percentuais no KPS desde a colheita até a fermentação.

Nossa dica: Acompanhe e avalie durante todo o processo de ensilagem se o processamento de grãos está sendo adequado, com base em testes simples, como o do copo. Colete amostras e mande para um laboratório referência para a análise de KPS, para se ter a real eficiência de processamento na colheita e os benefícios esperados na alimentação dos animais.